Aristófanes
Aristófanes
nasceu em Atenas e viveu, aproximadamente, entre 448 e 380 a.C. Pouco se
conhece de sua vida. Deve ter recebido cuidadosa educação, a julgar pela
cultura que demonstra em suas obras e pelos ataques que fez contra a
ignorância. Assinou as primeiras comédias com um pseudônimo, mas revelou sua
verdadeira identidade depois de alcançar sucesso. É o principal representante
da “Comédia Antiga”. Suas comédias, as únicas que chegaram integralmente até
nós, são até hoje consideradas verdadeiras obras-primas do gênero cômico, mas,
os seus méritos poéticos, não foram muito apreciados pelos eruditos
alexandrinos. Das quarenta peças que escreveu, chegaram até nós, integralmente,
apenas 11. Aristófanes especializou-se na sátira social e política, e é difícil
encontrar um escritor de agressividade igual.
Ésquilo
Ésquilo
é o mais antigo dos poetas trágicos cuja obra chegou até nossos dias.
Aristóteles sustentava que foi ele o verdadeiro criador da tragédia ática à
qual deu dimensões literárias e sociais. Apresentou-se pela primeira vez nos
concursos trágicos de Atenas em 500 a.C. / 499 a.C. com um drama cujo nome hoje
desconhecemos; obteve a primeira vitória em 484 a.C. e foi, posteriormente,
vitorioso mais doze vezes. Ésquilo reduziu a primitiva importância do coro e
acrescentou um segundo ator, tornando possível o diálogo entre os personagens e
a ação dramática. É provável que tenha também introduzido aperfeiçoamentos no
vestuário e nos cenários, a julgar pela dificuldade técnica de algumas de suas
encenações. Em linhas gerais, o estilo de Ésquilo é vigoroso e as suas
tragédias elevam o ânimo a um mundo superior; os seus personagens, como
correspondiam à divindade, eram grandiosos e ideais. Segundo alguns estudiosos
de sua obra, ele produziu 79 tragédias, enquanto outros atribuem ao dramaturgo
a criação de pelo menos 90 peças, das quais foram preservadas apenas sete
tragédias integrais, além de alguns trechos de outras. São elas: Os Persas (472
a.C.); Sete Contra Tebas (467 a.C.); As Suplicantes (c. 463 a.C.); Prometeu
Acorrentado (c. 462-459 a.C.); Agamemnon (458 a.C.); Coéforas e Eumênides (458
a.C.). As três últimas formam a única trilogia que sobreviveu integralmente, a
Orestéia, uma das mais comoventes peças trágicas da Antiguidade.
Eurípedes
Eurípedes
nasceu em 485 a.C. na ilha grega de Salamina e morreu em 406 a.C. na cidade de
Pela (Macedônia). Ao lado de Sófocles e Ésquilo, Eurípedes é considerado um dos
grandes poetas trágicos gregos. De acordo com estudiosos do período, estima-se
que escreveu cerca de 95 peças trágicas, porém, somente 18 chegaram até nossa
época. Pouco se sabe de sua vida, mas parece ter sido pouco sociável.
Apaixonado pelo debate de ideias, suas investigações e estudos lhe trouxeram
mais aflições do que certezas. Para ele, os mitos eram apenas coleções de
histórias cuja função era perpetuar crenças sobre concepções primitivas. Por
tal motivo, optou por relatar em suas tragédias a história dos negados e/ou
vencidos, podendo citar como exemplo a obra As Troianas, em que o autor relata
a história das mulheres da cidade de Tróia. Nisso se diferenciou tanto de seus
predecessores quanto rompou com características importantes aos gregos. Esse
rompimento talvez lhe tenha impedido de construir peças harmônicas e perfeitas
no seu conjunto, já que os mitos cumpriam muito bem esse papel de fundo. Mesmo
assim, compôs cenas memoráveis e agudas análises psicológicas.
Menandro
Menandro
foi o principal autor da Comédia nova, última fase da evolução dramática
ateniense, que exerceu profunda influência sobre os romanos Plauto e,
sobretudo, Terêncio. Nasceu em Atenas, numa família abastada, recebeu educação
bem cuidada e acredita-se que tenha sido pupilo de Teofrasto. Durante a época
em que viveu não foi reconhecido como um grande autor de comédias. No entanto,
depois de sua morte, suas obras foram tão divulgadas que passaram a ser
consideradas, por muitos intelectuais da época, como um primor estético. Um
exemplo da fama que Menandro conseguiu foi este epigrama criado por
Aristófanes: “Menandro e vida: qual de vós imita o outro?”. As obras de
Menandro foram quase todas consumidas pelo tempo. Somente em 1958 foi
encontrado um papiro egípcio contendo a obra “Misantropo”, que conta a história
de um homem, cujo nome é emprestado a obra, e sua filha, Cnemon. As condições
políticas vigentes em Atenas na época de Menandro não mais permitiam a sátira
às instituições e homens públicos, característica da comédia antiga, assim, os
temas principais da sua comédia eram viagens, disputas familiares e amores
clandestinos. Seus personagens eram inspirados em pessoas comuns: cozinheiros,
escravos, médicos, filósofos, adivinhos e militares.
Sófocles
Sófocles
nasceu na pequena localidade de Colono nas imediações de Atenas, provavelmente
em 495 a.C., e morreu na mesma cidade, no ano 406 a.C. Ele desfrutou das
comodidades de filho de um rico mercador e com apenas 16 anos de idade estava
pronto para competir com os dramaturgos já experientes, e não foi outro senão
Ésquilo quem perdeu o 1º prêmio contra este jovem. Sempre interpretava suas
próprias peças, exerceu importante papel na vida pública, foi por vinte e
quatro vezes vencedor de concursos dramáticos e escreveu mais de cem tragédias.
O seu tema constante era o destino humano – o destino do herói que sofre e é
destruído. A suas tragédias apresentavam a crise desse destino individual,
imposto pelas forças sobrenaturais, retratavam personagens nobres e da realeza
e mostravam dois tipos de sofrimento: o que decorre do excesso de paixão e o
que é consequência de um acontecimento acidental (destino). Ele acreditava que
o homem está no centro do mundo, mas também acreditava no poder irresistível
dos deuses. Reduziu a importância do coro no teatro grego relegando-o ao papel
de observador do drama que se desenrola à sua frente. Também aperfeiçoou a
cenografia e aumentou o número de elementos do coro de 12 para 15, porém esse
número pode variar de acordo com o poeta que define a tragédia. Sua concepção
teatral foi inovadora e elevou o número de atores de dois para três e é, ainda
hoje, o mais representado autor do teatro grego no mundo inteiro.
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