domingo, 5 de agosto de 2012

Édipo Rei


Um clássico da literatura ocidental, esta peça de Sófocles é considerada uma das mais perfeitas tragédias da Grécia Antiga. Abaixo um pequeno resumo da peça Édipo rei.

Édipo é filho de Laios, rei de Tebas que foi amaldiçoado de forma que seu primeiro filho tornar-se-ia seu assassino e desposaria a própria mãe. Tentando escapar da ira dos deuses, Laios manda matar Édipo logo de seu nascimento. No entanto, a vontade do destino foi mais forte e Édipo sobreviveu, salvo por um pastor que entregou-o a Políbio, rei de Corinto.

Já adulto, Édipo descobre sobre a maldição que lhe foi atribuída e para que ela não fosse cumprida, foge de Corinto para Tebas, sem saber que lá sim é que seus pais verdadeiros o esperavam.

No meio da viagem, encontra um bando de mercadores e seu amo, sem saber que seu destino estava já se concretizando, mata a todos.

Assim que chega a Tebas, Édipo livra a cidade da horrenda esfingie e de seus enigmas, recebendo a recompensa: é eleito rei e premiado com a mão da recém-viúva rainha Jocasta.

Anos se passam e Édipo reina como um verdadeiro soberano e tem vários filhos com Jocasta, mas a cidade passa por momentos difíceis e a população pede ajuda ao rei.

Após uma consulta ao oráculo de Delfos, que responde pelo deus Apolo, os tebanos são alertados sobre alguém que provoca a ira dos deuses: o assassino de Laios, que ainda vive na cidade.

Édipo então decide livrar seu reino desse mal e descobrir quem é o assassino, desferindo uma tremenda maldição:

"Proíbo que qualquer filho da terra onde me assistem o comando e o trono dê guarida ou conversa ao assassino, seja ele quem for; que o aceite nos cultos e no lar, que divida com ele a água lustral! Eu ordeno, ao contrário, que o enxotem de suas casas, todos, por ser aquilo que nos torna impuros, conforme acaba de nos revelar, por seu oráculo, a fala do deus! (…) E ainda mais: rogo aos céus, solenemente, que o assassino, seja ele quem for, sozinho em sua culpa ou tenha cúmplices, tenha uma vida almadiçoada e má, pela sua maldade, até o fim de seus dias. Quanto a mim, se estiver o criminoso em minha casa, privando comigo, eu espero que sofra as mesmas penas que dei para os demais."

Ele só não esperava que essa maldição iria sobrecair sobre ele próprio, assim que no mesmo dia descobrisse a verdade, através do pastor que o encontrara ainda quando bebê, pendurado em um bosque pelos tornozelos.

Jocasta suicída-se assim que descobre, e Édipo se cega, perfurando os próprios olhos e exilando-se.



A peça é caracterizada pela seriedade, envolvendo um conflito entre uma personagem, e outro poder ou influência maior.Ela mostra a luta do herói por controlar o destino, tentar ir contra o fluxo dos acontecimentos, terminando em um final trágico (característica típica das tragédias).

A peça em si traz muitos sentimentos á tona: Injustiça, pena, revolta, tristeza.Sófocles lida bem com os momentos e diálogos, dependendo da cena.Ora as falas são reflexivas e longas, ora curtas e simples, ora enérgicas, ora suaves etc. Os personagens são complexos e até mesmo expressivos, de certa forma, mesmo apenas na leitura, devido a sua profundidade.São bem construídos e bem elaborados.O Coro é usado para advertir, acusar, ou absolver, como se fosse um tipo de “consciência”, aparecendo na medida  certa,geralmente em momentos mais críticos,embora não interaja com todos os personagens.Édipo,por sua vez,como personagem principal,interage com todas as outras personagens,e principalmente com o coro,que foi quem lhe pediu que tirassem a desgraça da peste de suas costas.Tem uma relação muito forte com Jocasta, sua mãe-esposa, com quem ficou anos felizes casado, e agora descobre ter cometido um grande crime.Embora o Servo de Laio tenha poucos diálogos, também tem um papel relevante, em uma das cenas mais importantes, que é onde Édipo descobre seu trágico destino.



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Deus Dionísio

Dionísio, deus, da vegetação e do vinho, era homenageado pelos primitivos habitantes da Grécia, através de procissões que procuram relembrar toda a sua vida. Estes cortejos reuniam toda a população e eram realizados na época da colheita da uva, como uma forma de agradecimento pela abundância da vegetação.
 O homem primitivo acreditava que esta homenagem ao deus garantiria sempre uma colheita abundante.Nestas procissões dionisíacas contava-se a história de Dionísio, de uma forma semelhante às procissões da Semana Santa cristã, onde a vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo são relembradas.
 O que inicialmente era um bando de gente cantando e dançando, com o passar do tempo vai se transformando em grandiosas representações da vida do deus.
 Estas procissões reuniam toda a comunidade em coros cantados( ditirambos), com os participantes vestidos de bodes (Dionísio transformado), ninfas (ou bacantes) e sátiros (metade homem/metade animal). O coro se divide em semi-coros que passam a dialogar entre si. Estes semi-coros passam a ter um líder - o corifeu.